A Sefaz-SP vai acabar com o sistema gratuito para emissão de notas fiscais. No mercado, há alternativas sem custo e outras de relação custo-benefício interessante
A partir de janeiro de 2017, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) deixa de oferecer o software gratuito para emissão da Nota Fiscal eletrônica (NF-e). As micro e pequenas empresas são as que mais ressentem a descontinuidade do serviço.
Mas há alternativas gratuitas no mercado, embora a maioria delas atenda apenas as necessidades de quem emite uma pequena quantidade de notas mensalmente.
O portal Contabilizei, que atua como um escritório de serviços contábeis online, disponibiliza um emissor gratuito com suporte ilimitado dos seus profissionais. A vantagem oferecida por esse escritório virtual é a possibilidade de armazenamento das notas em nuvem (num servidor externo) pelo prazo prescricional de 5 anos.
Alguns aplicativos de gestão financeira também disponibilizaram emissores gratuitos para substituir o da secretaria da Fazenda. O FreeNFe, por exemplo, inclui no pacote sem custos do emissor uma ferramenta de atualização automática das tabelas do CEST (Código Especificador da Substituição Tributária).
Há também o Tiranota, aplicativo que em sua versão básica não tem custo, mas não permite armazenamento em nuvem. Para ter acesso a funções mais sofisticadas é preciso pagar.
O mais comum, entretanto, é encontrar aplicativos de gestão com versões gratuitas apenas para teste, caso do Conta Azul, ou do Bling. É interessante que o empresário experimente essas opções e vejam quais se adaptam melhor às suas necessidades.
Nem sempre a gratuidade é a melhor opção. O sistema da Sefaz-Sp, por exemplo, apesar de não ter custo, sempre foi criticado pelos usuários. Ele só permite a entrada manual dos dados, ou seja, nota a nota precisa ser lançada no sistema. É inviável para quem emite muitos documentos fiscais
Já a maioria dos softwares pagos, mesmo os que possuem custo bem acessível, permite o lançamento automático das notas, com base no cadastro de clientes e produtos da loja.
Segundo Zenon Leite Neto, presidente da Associação Brasileira de Automação para o Comércio (Afrac), normalmente os desenvolvedores desses softwares trabalham com um preço mínimo, que atende uma quantidade limitada de notas.
Há opções a partir de R$ 50 mensais por CNPJ. O valor aumenta à medida que a empresa necessidade emitir mais notas fiscais. “Embora esses sistemas sejam pagos, o valor contempla soluções mais interessantes do que as oferecidas pela Sefaz-SP”, diz Leite Neto.
A Fazenda paulista informou que vai descontinuar seu emissor gratuito porque a maioria dos contribuintes já possui sistemas próprios para gerar as notas fiscais.
CERTIFICAÇÃO DIGITAL
Também a partir de janeiro de 2017 as empresas do Simples Nacional que possuem mais de três funcionários serão obrigadas a utilizar o certificado digital. Ele será necessário para gerar a GFIP, a guia de recolhimento do FGTS.
Segundo Julio Cesar Mendes, gerente comercial da Soluti, empresa que trabalha com certificação digital, essa obrigatoriedade vai atingir 300 mil empresas. “Dessas, 50% já possuem certificado digital porque emitem nota fiscal. Mas a outra metade vai ter de obtê-lo”, diz Mendes.
O gerente da Soluti informa que a emissão do certificado leva de 30 a 40 minutos, e necessita que os sócios da empresa estejam presentes para fazer a biometria digital e facial. Há também a necessidade de apresentação dos documentos originais da companhia.
POR RENATO CARBONARI IBELLI
Fonte: Diário do Comércio -SP
Postado por Fatto Consultoria