Cristiane Takagui, proprietária do minimercado Granja, no Parque Jabaquara, bairro popular no sul da capital paulista, encontrou uma forma de se fortalecer em meio à concentração das grandes redes de supermercados. Ela decidiu associar-se, em julho, a uma central de compras: "Sou a mais nova associada da Supervizinho", conta. "Entrei porque minha empresa é pequena, com catorze funcionários, e eu tinha dificuldades de conseguir produtos de marca, principalmente dos grandes fornecedores".
Os lançamentos e mercadorias presentes na mídia eram os mais difíceis de obter, de acordo com ela, que passou pagar contribuição mensal de R$ 2.000 à rede. A Supervizinho faz parte de uma lista de 18 associações paulistas integradas por 296 lojas, que somam 1.746 caixas registradoras (check outs). A relação pertence ao Comitê de Centrais de Negócios da Associação Paulista de Supermercados (Apas), cuja presidente, Lúcia Morita, também é uma pequena varejista que usufrui os resultados do trabalho conjunto. "Esse é um movimento que tende a crescer. A indústria, em vez de distribuir direto para o varejo, está optando por terceirizar cada vez mais os distribuidores", analisou Lúcia, cuja loja, Portal, na zona norte de São Paulo, teve aumento de 15% do faturamento anual após ela ter entrado para a central de compras de Cristiane."Teve gente que já cresceu de 15% a 20%", diz a empreendedora. O crescimento médio dos integrantes de associações é de 10%, segundo o Comitê de Centrais de Negócios da Apas. "Cada rede trabalha independentemente, mas nós promovemos reuniões e fomentamos as negociações." Por Bruno CirilloFonte: DCI